Um dos pontos turísticos contemporâneos que vem crescendo no Rio de Janeiro é a escadaria da Rua Joaquim Silva, na Lapa. Obra do artista chileno Jorge Selarón, a escada, que ganhou o nome do seu criador, foi enfeitada usando ladrilhos e azulejos de admiradores de todo o mundo.
Ter a arte em degraus não é privilégio brasileiro. No mundo, muitos artistas encontram nessas passagens íngremes o espaço para soltar a imaginação.
Veja abaixo as 17 escadarias mais bonitas do mundo e, se puder, eleja sua favorita:
Começa hoje (20/8) em São Paulo, com abertura beneficente no clube A Hebraica, o Salão de Arte. A tradicional feira, organizada por Vera Chaccur Chadad, reúne cerca de 60 expositores – entre antiquários, designers de jóias, galerias de arte e artistas plásticos independentes.
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Em sua 21ª edição, o destaque vai para a mostra Lasar Segall Carnavalesco, dedicada ao pintor expressionista lituano naturalizado brasileiro. Ali, se destacam os painéis de grandes dimensões O Circo eJardim Zoológico, criados pelo artista para decorar os bailes de Carnaval da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam), no início dos anos 1930. Quem visitar a exposição também poderá apreciar 61 desenhos com temas relacionados aos painéis. O evento é o primeiro passo de um projeto de captação de recursos, já aprovado pela Lei Rouanet, e que tem o objetivo de restaurar as duas obras do artista.
Bandeirinhas com mastros, meados da década de 1970, têmpera sobre tela, 100,9 x 67,7 cm, de Alfredo Volpi, na Proarte Galeria
Este é o segundo ano consecutivo em que o Salão aposta no grafite e na arte urbana. Thiago Mundano, curador da galeria Parede Viva, de São Paulo, mostra trabalhos ao lado de cinco outros artistas grafiteiros: Apolo Torres, Erica Maradona, Leiga, Subtu e William Mophos. Para os mais tradicionais, figuram pelos corredores da feira nomes estrelados como Victor Vasarely, Carlos Cruz-Diez, Julio Le Parc, Dario Perez-Flores, Alfredo Volpi, Iberê Camargo, Aldemir Martins e Claudio Tozzi.
A Graphos Galeria, do Rio de Janeiro, expõe pela primeira vez obras de seus artistas em São Paulo. Entre eles, Rafael Uzai, com a obra Felicidade, produzida para o projeto Deu na Telha, com curadoria de Ricardo Duarte. Em março deste ano, a obra estampou, junto com a de outros artistas, lonas que cobriram os telhados de casas do Morro do Alemão, no Rio. O trabalho podia ser visto por quem passeava de teleférico pelo local.
Entre os expositores são destaque: Galeria de Arte André, Galeria SUR, Papel Assinado, Pinakotheke, Proarte Galeria, Began Antiguidades, Espaço Arte M. Mizrahi, Espaço Bia Dória, Dominique Edouard Baechler e Ed Bagatin, entre outros.
A abertura do Salão acontece a partir das 17 horas para convidados, e tem ingressos no valor de R$ 200, em prol da organização Amigos Einstein da Oncologia e Hematologia, dedicada a prevenir o câncer e doenças do sangue. O salão segue aberto ao público entre os dias 21 e 24 de agosto, com ingressos a R$ 40, à venda no próprio clube.
Salão de Arte 2014 – 21ª edição Local: Salão Marc Chagall do clube A Hebraica Endereço: rua Dr. Alberto Cardoso de Mello Neto, 115, São Paulo, SP Data: até 24 de agosto Horário: quinta e sexta das 15h às 22h, sábado das 13h às 21h; domingo das 13h às 20h Valor do ingresso: R$ 40
Série Carretéis, 1967, de Iberê Camargo, na Galeria Papel Assinado
Encontro no Bar, liquitex sobre tela cortada em madeira, obra de Claudio Tozzi ,medindo 70 x 105 cm, na iGaleria
1968-1998 30 anos, outra obra de Claudio Tozzi de 1998, mede 95 x 145 cm, na iGaleria
Felicidade, de Rafael Uzai, foi estendida sobre uma casa no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. A estampa sobre lona pertence é da Graphos Galeria
Desenho de Aldemir Martins, 1962, nanquim sobre papel, 54 x 89 cm
A luta, grafite do paulistano Subtu, na Galeria Parede Viva
A Brasa nos Lábios, 2000, de Carlos Araujo, mede 30 x 25 cm, na iGaleria
Enfim te encontro Azul, 1987, óleo sobre tela de Gilberto Salvador, 200 x 200 cm, na iGaleria
The Sky Over Nine Columns, instalação do alemão Heinz Mack na ilha de San Giorgio Maggiore
“Sem a varanda dos meus pais, eu não estaria aqui. Eles moravam no quinto andar de um prédio de habitação social. Nascido nos últimos meses da [2ª] Guerra, num inverno frio, embora ensolarado, quando tudo o que podia queimar já tinha sido queimado, fui exposto ao sol em todos os momentos possíveis, para absorver o calor.”
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A reminiscência, inesperadamente pessoal, abre um texto entregue aos visitantes da 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza, inaugurada no início de junho. Seu autor é o diretor e curador da mostra, Rem Koolhaas. Desse ponto de partida até o final das mais de uma centena de salas expositivas que se distribuem entre o complexo do Arsenale e os pavilhões dos Giardini da cidade italiana, o Pritzker holandês e titular do escritório OMA embarca num tour de force em que tenta convencer seus espectadores sobre quem são os verdadeiros protagonistas daquilo que entendemos por arquitetura. Uma dica: não são os arquitetos.
O curador Rem Koolhaas fotografado em frente à sua instalação
A resposta está naquela varanda da casa onde ele veio ao mundo. E nos outros 14 itens que o curador define serem a essência “de qualquer edifício, em qualquer época”: o piso, a parede, o teto, o telhado, a porta, a janela, a fachada, a escada, o elevador, a escada rolante, a rampa, o corredor, o banheiro, a lareira. Elementos da Arquitetura, a exposição central desta bienal, dedica uma sala para cada um desses temas, destrinchando a história, o significado e as revoluções provocadas por cada um deles na vida humana na Terra.
A sensação é a de caminhar por dentro das páginas de um livro cujas ilustrações pularam para fora do papel e se materializaram diante do leitor. Fragmentos de paredes de diferentes épocas, reproduções de telhados asiáticos milenares e até uma histórica coleção de janelas abordam com profundidade o assunto de cada capítulo, criando a ideia de que a arquitetura, hoje, consiste, acima de tudo, em combinações e colagens desses diversos elementos. E é a partir deles – coisas reais, palpáveis ecompreensíveis por todos – que devemos discutir o que queremos dessa área daqui para frente.
“Eu quis fazer uma bienal que não falasse do estado atual da arquitetura nem enfatizasse o que os arquitetos estão fazendo agora”, declarou Koolhaas aos jornalistas presentes à abertura do evento. Negar a produção contemporânea e olhar para o passado também foi um pedido feito aos 65 países participantes da mostra em seus pavilhões individuais. Sob o título Absorvendo a Modernidade 1914-2014, cada nação mostrou de que forma atravessou a “modernização forçada” do último século, segundo o holandês.
Infelizmente,muitos dos países responderam ao briefing com exposições historiográficas sobre seus experimentos modernistas nestes cem anos, à maneira de verbetes de enciclopédia. Foi o que fez, por exemplo, o Brasil, ainda que, no nosso caso, fosse difícil inventar algo diferente, uma vez que, pelo menos na arquitetura, o país escolheu ser moderno, algo que não ocorreu em outras áreas e instituições – e que merece, sim, ser valorizado.
Glass Tea House Mondrian, obra do artista japonês Hiroshi Sugimoto na Ilha de San Giorgio Maggiore
No geral, os espaços nacionais serviram para reforçar a tese de Koolhaas, da arquitetura acima dos arquitetos. “Uma das conclusões irônicas é que, a julgar pelos 65 pavilhões, nenhum grande arquiteto teve papel importante no século passado. Não há sequer um que fale do Mies [van der Rohe], do Le Corbusier ou de ninguém mais”, afirma ele.
O discurso é compreensível. Com as duas exibições e mais uma terceira, chamadaMonditalia, que investiga as particularidades da cultura italiana como um todo, Koolhaas tenta inserir sua atividade num contexto maior, político, econômico e social, tirando a profissão de um certo isolamento em que muitas vezes ela se vê metida.
Embora atinja o objetivo, quem vai a Veneza sai com a impressão de que as questões técnicas, muito mais do que as ideias de qualquer profissional, determinam os rumos daarquitetura. Se parece faltar inspiração, mitologia e poesia à bienal de Koolhaas, é porque, para ele, foi essa busca pelo que é “apenas” poético que levou os arquitetos a perderem relevância no plano geral das coisas. Pode ser.
Menos mal que, para aqueles que ainda se importam com o belo, essa bienal viu um bom número de instalações e exposições de arte paralelas espalhadas pela cidade. Destaque para as colunas douradas de Heinz Mack e para a casa de chá envidraçada de Hiroshi Sugimoto, ambas na Ilha de San Giorgio Maggiore, bancadas pela Fundação Giorgio Cini. E houve ainda Veneza em si, esse lugar que insiste em lembrar a todos que um pouco de estética não faz mal a ninguém. Até 23 de novembro; www.labiennale.org.
Parte da famosa Coleção Brooking, de detalhes arquitetônicos, ilustra a sala dedicada à janela, uma das mais atraentes da mostra Elementos da Arquitetura, peça central desta Bienal de Veneza
Nos Giardini, réplica em escala real da Maison Dom-ino (1914), um desenho de Le Corbusier que serviu de base para todo o conceito da arquitetura modernista
Uma sala do pavilhão do Chile reproduz um apartamento de habitação social erguido nos anos 1970 com blocos de concreto pré-fabricados
Luminaire, o portal da mostra Monditalia, no Arsenale, concebido por Koolhaas a partir de 15 kg de cristais Swarovski