quinta-feira, 8 de maio de 2014

Brasil estuda construir Centro de Restauração de Obras

Ideia é ter um programa de restauração e conservação de peças raras no País, inspirado no trabalho desenvolvido no Museu do Louvre.

Ministra Marta Suplicy visita o atelier de restauração da brasileira Regina Costa Pinto. Divulgação/Ministério da Cultura
Ministra Marta Suplicy visita o atelier de restauração da brasileira Regina Costa Pinto. Divulgação/Ministério da Cultura
As mãos que retocam importantes obras de arte do Museu do Louvre são da restauradora brasileira Regina Costa Pinto Moreira. A baiana que trabalha há mais de 40 anos para o museu mais visitado do mundo já se dedicou à restauração de telas de Tiziano, Caravaggio, Goya, El Greco, Manet, entre outros. Considerada uma das principais restauradoras na França e inclusive premiada pela Assembleia do Senado Francês, Regina agora trabalha na restauração da obra “Bethsaba segurando a carta de Rei Davi”, de Rembrandt. “É um trabalho minucioso. Estou trabalhando desde janeiro nesta tela e só devo acabar em junho”, explica.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, foi conhecer de perto o trabalho da brasileira que mora em Paris e pensa em levar o modelo de trabalho dos franceses para o Brasil: “É um trabalho inspirador e nós devemos focar em um Centro de Restauração para os museus federais nos moldes do Louvre. É uma forma interessante de se trabalhar”, destaca a ministra.
A ideia é montar um Centro Referencial de Restauração Nacional com um laboratório para fazer um exame das obras e definir o trabalho que deve ser realizado em cada peça. A contratação da restauração é feita por obra por meio de licitação. “A intenção é conjugar recursos públicos e privados para se manter um grande programa de restauração e conservação de obras”, explica Ângelo Oswaldo, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). No Louvre, cerca de 1600 obras são restauradas anualmente.
Intercâmbio Brasil-França
Desde o ano passado, o Brasil concede, a cada ano, bolsas a três estudantes de mestrado ou doutorado em universidades brasileiras para participar do Seminário Internacional de Verão de museologia, da Escola do Louvre, e de estágios em museus de Paris ou da região parisiense indicados pela Escola, perfazendo até três meses de intercâmbio na França. A Escola do Louvre, igualmente, enviará três estudantes franceses, anualmente, para estágios de até três meses em museus brasileiros indicados pelo Ibram.
Quanto ao intercâmbio profissional, anualmente os países se comprometeram a enviar um profissional ou docente da área de museologia para ministrar seminários de uma semana sobre temas de interesse mútuo. No ano passado, o Brasil enviou um professor, que ministrou curso de uma semana na Escola do Louvre sobre a museologia no Brasil, com foco em museologia social. Neste ano, o Brasil receberá uma professora francesa que ministrará curso de uma semana sobre estudos de público e acessibilidade a museus.
A Escola do Louvre é uma instituição de ensino superior, vinculada ao Museu do Louvre e ao Ministério de Cultura e Comunicação da França, que ministra cursos nas áreas de museologia, história da arte, antropologia e arqueologia.
Fonte: Portal Brasil

Dia 08 de maio - Dia do Artista Plástico - Nada mais justo que homenagear os Artistas Brasileiros com esta notícia....

Compartilhado G1 Globo - edição do dia 06/05/2014
06/05/2014 22h27 - Atualizado em 06/05/2014 22h27

Exposição dos painéis 'Guerra e Paz', de Portinari, é inaugurada em Paris

É a primeira vez que a obra prima do pintor brasileiro é mostrada na Europa. Operários-alpinistas trabalharam para formar os painéis no local.

Foi inaugurada, nesta terça-feira (6), em Paris, a exposição dos painéis "Guerra e Paz", de Cândido Portinari, pintados na década de 1950. É a primeira vez que a obra prima do pintor brasileiro é mostrada na Europa.
Foi inaugurada, nesta terça-feira (6), em Paris, a exposição dos painéis "Guerra e Paz", de Cândido Portinari, pintados na década de 1950. É a primeira vez que a obra prima do pintor brasileiro é mostrada na Europa.
Inauguração teve a presença de representantes dos governos do Brasil e da França 

Na entrada do Grand Palais em Paris o cartaz anuncia em francês a exposição dos painéis. A inauguração para convidados teve a presença de representantes dos governos do Brasil, da França e da administração das Nações Unidas.
De repente, nós temos um grande pintor, talvez o maior pintor brasileiro, aqui no lugar de maior honra na França, o espaço mais nobre, e que mostra o Brasil. Você vê brincadeiras brasileiras que se tornam universais nas mãos de Portinari”, diz Marta Suplicy, ministra do Turismo.
Salão nobre do Grand Palais recebe uma obra brasileira pela primeira vez

É a primeira vez que o salão nobre do Grand Palais recebe uma obra brasileira. Guerra e Paz foi pintado no início dos anos 50 e doado pelo governo brasileiro para a Organização das Nações Unidas. E o sub-secretário geral da entidade, Michael Adlestein, veio conferir o resultado e aprovou.
A grande sala de exposições foi toda preparada para contar a história dos gigantescos painéis. Com a ajuda de desenhos, estudos, todos originais e vídeos, o visitante pode conferir como Portinari pintou o desespero da Guerra e a beleza da paz.
Operação quase que de guerra levou os painéis do Brasil para a França

A mensagem de paz de Cândido Portinari está agora em um dos locais mais nobres de exposição do mundo. Mas foi preciso uma operação quase que de guerra para levar os painéis do Brasil para lá. Só para transportar as grandes placas de Madeira foram três aviões cargueiros lotados. Uma equipe de técnicos e restauradores veio do Brasil.
Em Paris foram contratados operários-alpinistas para encaixar as placas até formar os painéis de 14 metros de altura.
“Nós aprendemos com essas exposições, que nós fizemos e agora nós nos sentimos realmente preparados para levar para outros países. Guerra e paz podem ser dois grande embaixadores da missão da ONU”, afirma João Portinari, filho de Candido Portinari.
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