Compartilhado da Revista Superinteressante
por Daniel Schneider
Quando a falsificação é grosseira, os especialistas utilizam um aparelhinho barato e eficiente: o olhômetro. Mas fraudes mais sofisticadas só são oficialmente desmascaradas após minuciosas avaliações e exames multidisciplinares.
Fazer a verdade vir à tona tem seu preço. Mais exatamente, R$ 16 mil, valor cobrado pelo Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor), da Faculdade de Belas Artes da UFMG, a única instituição brasileira cujos exames valem como evidência indiscutível na Justiça. Obrigatoriamente, participam de cada análise do Lacicor 4 cientistas: um historiador da arte, que analisa os traços de estilo do autor à procura de distorções; um conservador, que analisa o estado físico da obra e suas possíveis restaurações; um grafodocumentoscopista, que faz a perícia da assinatura do autor; e um químico, que faz análises da composição dos materiais presentes na tela. Cada exame e seus comentários são reunidos em laudos que costumam ter em torno de 100 páginas.
Desde a inauguração, em 1995, o laboratório já analisou 200 pinturas — 90% falsas. Para o professor Luiz Souza, coordenador do laboratório, existe risco de uma fraude passar pelos testes sem ser denunciada. “Não quer dizer que ela ‘tenha enganado a todos’. É que às vezes não dá para ter certeza da falsificação”, diz.
Fazer a verdade vir à tona tem seu preço. Mais exatamente, R$ 16 mil, valor cobrado pelo Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor), da Faculdade de Belas Artes da UFMG, a única instituição brasileira cujos exames valem como evidência indiscutível na Justiça. Obrigatoriamente, participam de cada análise do Lacicor 4 cientistas: um historiador da arte, que analisa os traços de estilo do autor à procura de distorções; um conservador, que analisa o estado físico da obra e suas possíveis restaurações; um grafodocumentoscopista, que faz a perícia da assinatura do autor; e um químico, que faz análises da composição dos materiais presentes na tela. Cada exame e seus comentários são reunidos em laudos que costumam ter em torno de 100 páginas.
Desde a inauguração, em 1995, o laboratório já analisou 200 pinturas — 90% falsas. Para o professor Luiz Souza, coordenador do laboratório, existe risco de uma fraude passar pelos testes sem ser denunciada. “Não quer dizer que ela ‘tenha enganado a todos’. É que às vezes não dá para ter certeza da falsificação”, diz.
Teste de fidelidade
Conheça os exames que podem garantir a autenticidade de uma pintura ou esmascarar uma fraude
O suspeito
O Lacicor investigou um quadro atribuído a Diego Velásquez (1599-1660), mas aparentemente uma imitação de The Woodsman, de Thomas Gainsborough (1727-1788).
Assinatura
O exame completo também analisa a assinatura do quadro, para verificar se ela se assemelha a outros exemplos conhecidos.
Infravermelho
Esses exames rendem gráficos que em conjunto são uma espécie de “impressão digital” do quadro, que são comparados com outros do mesmo autor e do mesmo período.
Análise química
Feita com amostras da obra, permite identificar sua idade e as substâncias utilizadas pelo autor.
Luz rasante
Um foco de luz paralelo à superfície da pintura permite analisar detalhes do relevo das pinceladas.
Luz ultravioleta
A fluorescência da “luz negra” não serve só para desvendar o Código Da Vinci. Ela também realça restaurações, danos e outros detalhes invisíveis a olho nu.
Raio X
Ele permite enxergar através das camadas de tinta. É possível detectar o método utilizado para pregar a moldura e até pinturas distintas abaixo da superfície