Instituições criaram políticas, como bilhetes com hora marcada, aumento do número de horas
para visitação e reformas no sistema de refrigeração, para amenizar problemas
Dentro do museu, uma multidão se espremia para tirar fotos com o celular e
fazer “selfies” com "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci, ao fundo. Perto da escultura
da "Vitória de Samotrácia", o visitante espanhol disparou: “É como se estivéssemos
no metrô pela manhã”.
É o ápice do verão e milhões de turistas e parisienses invadem o Louvre — o museu
mais visitado do mundo, contabilizando 9,3 milhões de pessoas em 2013 — e outros
museus importantes da Europa. Todo ano, conforme a classe média emerge, os números
de visitantes aumentam, especialmente na Ásia e na Europa. Em julho de 2013, verão no
Hemisfério Norte, o British Museum, em Londres, bateu um recorde, com 6,7 milhões de
visitantes, tornando-se o segundo museu mais visitado do mundo, segundo o jornal
“The Art Newspaper”.
Visitar obras-primas pode ser o maior rito de passagem cultural de um turista em sua
viagem, mas o aumento da presença desses visitantes está provocando transtornos a
muitos museus por conta da superlotação. Isso tem provocado um debate entre as
instituições para criar uma maneira de aliar acessibilidade a preservação artística.
Nos últimos anos, os museus têm criado políticas para tentar controlar a superlotação:
alguns oferecem bilhetes com hora marcada, outros têm aumentado o número de horas
de visitação. Para proteger as obras de arte, houve quem reformasse seu sistema de
refrigeração. Ainda assim, alguns críticos dizem que eles não estão fazendo o bastante
para proteger seus acervos.
Enquanto muitos museus fecham as portas uma vez por semana para dar folga aos
funcionários e fazer reparos ou limpeza, em 2012, o Museu do Prado, em Madri,
passou a funcionar nos sete dias da semana, com horas extras em dias especiais.
Desta forma, mais pessoas puderam ver as obras de Velázquez e Goya confortavelmente.
“É uma grande experiência. Você sempre sai querendo mais”, dizia o indiano Manu Srivastan,
acompanhado de sua mulher, o pai e as filhas, em uma fila que já durava 45 minutos para
entrar no Louvre.
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