segunda-feira, 8 de abril de 2013

Marcia Moraes está entre nomes da nova geração de artistas brasileiras




a artista marcia de moraes


as linhas neuróticas e obsessivas da artista conferem uma 
condição ambígua aos desenhos vertiginosos que ora 
parecem se auto alimentar e, ora, se autodestruir 

Nos desenhos de Marcia de Moraes, a tensão estabelecida 
pelas milhares de linhas obsessivas e cores que demarcam 
formas, questiona a possibilidade de coexistência entre as 
partes que formam um todo. Ora as massas circulares 
atraem o olhar para os pontos ou emendas de partes que se 
complementam com uma harmonia deslocada, ora as 
formas se esparramam para muito além das bordas do 
papel e evocam espaços ambíguos externos, onde é travada 
uma batalha de angústias psíquicas como as do 
surrealismo. Os títulos direcionam a trama psicológica que 
as linhas nervosas e neuróticas parecem relembrar ao 
ocupar todo o papel. As paisagens delineadas nos 
desenhos, que podem levar até um mês para serem 
concluídos, permitem que um olhar abstraído se relacione à 
distância com topografias superficiais ou que se deixe 
imergir, ser sugado pela vertiginosa condição das redes de 
cavernas e estruturas tubulares sem começo nem fim. A 
dicotomia imposta pelas linhas e cores torna impossível 
definir se as topografias psíquicas da artista se 
auto alimentam ou autodestroem. 



vista geral da exposição de marcia de moraes, "corpo duplo", galeria leme, são paulo, 2012 | cortesia galeria leme, são paulo