terça-feira, 22 de janeiro de 2013

UKIYO - E

Por Emerson Santiago


É conhecido pelo nome de ukiyo-e  (“imagens do 

mundo flutuante, em japonês), um tipo de estampa 

semelhante à xilogravura no feitio, e desenvolvida no 

Japão por volta dos séculos XVII e XX. Inicialmente 

conhecidas também como “imagens do mundo triste”, 

pela abordagem de temas mais sérios, com o tempo o 

termo ukiyo-e acaba predominando pela opção dos 

autores em fazer visões fantásticas, belas, e de certo 

modo, escapistas, fora da realidade.






De um modo geral, as gravuras 

eram feitas a partir de um 

desenho, que era colado a um 

bloco de madeira. Os espaços em 

branco entre cada traço eram 

então escavados, criando uma 

espécie de negativo do desenho 

original em madeira. Este seria 

então colorido e impresso. Para se 

obter gradientes diversos, colava-se as impressões 

em mais blocos, com a frente para fora, escavando a 

parte que receberia outras cores, obtendo-se vários 

blocos, com relevos diferentes do mesmo desenho, 

que recebiam a cor e eram impressas em papel na 

devida ordem, resultando na gravura japonesa típica.


As gravuras ganharam rápida popularidade e se 

tornaram um elemento popular na paisagem cultural 

do Japão. Sua origem é geralmente creditada às obras 

monocromáticas de Hishikawa Moronobu, ativo desde 

a década de 1670. No início, os artistas utilizavam 

apenas tinta indiana (à base de goma-laca). Com a 

aprimoração da técnica em meados do século XVIII, 

autores como Hozumi Harunobu que desenvolveram a 

técnica de impressão policrômica Nishiki-ê (imagem 

brocada, em japonês) dando o aspecto definitivo do 

ukiyo-e, de cores vivas, delineadas e marcantes.


As reproduções tinham como tema a vida urbana, 

com atenção especial às atividades e cenas da área do 

entretenimento, como belas cortesãs, lutadores de 

sumô e atores populares retratados em seus papéis 

de maior destaque dentro do teatro kabuki. Mais tarde 

as paisagens também se tornaram populares, como 

as séries de paisagens das cidades principais do 

Japão, ou as várias “visões” do monte Fuji.


O sexo não era tabu para os autores do ukiyo-e; 

eram, ao contrário bastantes populares, mesmo que 

em alguns casos os artistas e seus editores eram 

punidos por criar retratos particularmente explícitos 

(as gravuras conhecidas como shunga, ou “imagens 

da primavera”, em japonês, um eufemismo para 

sexo).


Em 1842, os retratos de cortesãs, geishas e atores 

foram proibidos. Os retratos com estes temas foram 

retomados em parte, quando foram posteriormente 

legalizados. Durante o período de transformações 

sofridas no Japão em meados do século XIX, quando 

este tornou-se aberto às importações do ocidente 

(incluindo a fotografia e as técnicas de impressão) o 

ukiyo-e sai de moda. Tal estilo, porém, iria influenciar 

muitos dos pintores expressionistas da segunda 

metade do século XIX, que, em meio à moda das 

porcelanas orientais, acabavam recebendo as 

gravuras indiretamente, como papel de embrulho sem 

valor, utilizado para embalar pratos e vasos.


Bibliografia:
A arte japonesa do ukiyo-e. Disponível em <http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=855>. Acesso em: 09 out. 2011