Processo de Fundição Por Cera Perdida -
O processo de fundição por cera perdida é o meio mais indicado para fundir a maioria das esculturas em bronze.
Tem como principais vantagens o de permitir uma elevada qualidade superficial da esculturas traduzindo-se num elevado grau de pormenor, podendo-se reproduzir até uma simples impressão digital.
Em seguida passa-mos a explicar todo o processo de fundição em bronze por cera perdida, desde a ideia original até ao acabamento da reprodução em bronze.
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Um Pouco de História
A mais antiga escultura fundida em bronze pelo processo de cera perdida, provavelmente foi executada á cerca de 7000 anos, algures entre o Mar Negro e o Golfo Pérsico. Alguém depois de esculpir em cera de abelha uma figura, cobriu esta com uma mistura argilosa liquida que depois foi cozida pelo fogo. Com o calor a cera foi derretendo sendo substituída por um espaço vazio. Depois derreteu alguns pedaços de cobre - elemento da liga de bronze - que vazou para o espaço vazio deixado pela cera. Esperou um momento até o metal arrefecer e separou o material argiloso da figura. A primeira escultura em bronze tinha então nascido.
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A Modelação
Em primeiro lugar um original tem que ser criado.
O material a utilizar terá que obedecer principalmente a dois requisitos: Ser bastante moldável até se encontrar uma forma final e ao mesmo tempo ter uma boa resistência.
Os materiais mais comuns são o barro, o gesso, a pedra, o aço entre outros. Depois de concluída a modelação, o original está pronto para a próxima fase: A reprodução em bronze.
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Ampliação
As esculturas maiores - figuras em tamanho natural por exemplo - são geralmente concebidas numa pequena escala primeiro e só depois são ampliadas.
Em primeiro lugar o escultor executa um modelo onde mostra o conceito da escultura que quer criar. De seguida volta a executar numa escala um pouco superior um modelo maior e já com um grau de detalhe bastante elevado.
A este modelo dá-se o nome de maqueta. No final a maqueta é ampliada até ao tamanho desejado
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Molde em Silicone
A transformação de uma escultura original numa reprodução em bronze, começa com a execução de um molde em borracha de silicone.
Primeiro a escultura original é coberta por uma fina camada de silicone, depois quando este estiver seco cobre-se com uma outra camada de fibra de vidro a que se dá o nome de madre.
Concluído todo este processo o molde é aberto e o original removido de dentro. O molde é novamente fechado.
A borracha de silicone adquire assim uma imagem " negativa" exacta da escultura original.
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O Positivo em Cera
Do molde em silicone " negativo", uma cera " positivo " é criada.
Num recipiente a cera é derretida aproximadamente a 70º C, sendo vertida no interior do molde e depois vertida novamente para o recipiente.
Este processo é repetido três vezes, usando a mesma cera que entretanto foi arrefecendo. A cera vai assim colar-se ao silicone, criando uma camada com uma espessura de aproximadamente 5 mm.
Quando o molde é aberto a borracha de silicone afastada da cera, nasce
então uma reprodução perfeita do original.
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Canais de Alimentação
Depois do positivo em cera ser removido do molde, reparam-se as emendas e as imperfeições com ferros ou ferramentas aquecidas.
Também é nesta fase que são colocados os gitos que mais não são do que "canais" também em cera, que permitem que o bronze líquido viaje até todos os pontos da escultura.
A boa distribuição do bronze pela escultura, a baixa turbulência e uma boa ventilação são factores importantes a ter em conta na arte de " gitar " uma reprodução em bronze.
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O revestimento Cerâmico
Em torno do positivo em cera constrói-se uma carapaça dura feita geralmente á base de materiais cerâmicos refractários.
Depois de terminadas as carapaças são colocadas numa mufla a uma temperatura superior a 700ºC, onde vão endurecer ganhando assim mais resistência.
A cera entretanto derretida, deixa um espaço vazio por onde irá ser vazado o bronze liquido.
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A Fundição
Os lingotes de bronze são derretidos num forno de fusão até este atingir uma temperatura da ordem dos 1300 ºC.
Ao mesmo tempo as carapaças previamente aquecidas são trazidas incandescentes até á área de fusão. Quando o bronze estiver completamente liquido, o cadinho é tirado de dentro do forno e vertido para dentro das carapaças.
O bronze não é um metal puro mas sim uma liga, composta basicamente por cobre ( 85 ), + Zinco ( 5 ) + Estanho ( 5 ) + Chumbo ( 5 ), podendo ter outros metais. O seu ponto de fusão varia entre 985 ºC e 1000 ºC.
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Aproximadamente uma hora depois de vertido o bronze, este está frio o suficiente para se proceder á separação da carapaça cerâmica do bronze.
O revestimento cerâmico é então removido com martelos e formões sempre com cuidado para não danificar o metal entretanto solidificado.
Os gitos são também removidos com a ajuda de uma rebarbadora ou outro equipamento.
A etapa final consiste em passar as esculturas por um jacto de areia a alta pressão para a remoção de todas as impurezas. Quando limpas as esculturas são encaminhadas para a secção de acabamentos.
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O Acabamento
Tal como o positivo em cera também a reprodução em bronze deve ser retocada para se corrigir algumas imperfeições que possam ter acontecido durante o processo.
Nas esculturas de maior dimensão, que são fundidas por secções, estas depois de retocadas superficialmente são soldadas umas ás outras até á forma final da escultura, sendo depois disfarçada a soldadura com a utilização de pequenas ferramentas até não se notar a ligação.
Muitos bronzes monumentais requerem uma estrutura interna de aço inoxidável para suportar a pele de bronze.
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A Patine
A patine é o realce do bronze pela aplicação química da cor.
Três compostos químicos dão forma a base para a maioria das patines: o nitrato de ferro; o nitrato de cobre; e o sulforeto de potássio.
Cada fundição desenvolve as suas próprias ( e guarda com cuidado as receitas) patines , que resultam de uma mistura de vários produtos químicos, de pigmentos e de técnicas diferentes de aplicação originando uma vasto leque de cores diferentes.
No final é colocada uma camada de cera sobre o bronze para realçar e preservar a patina.
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Chega assim ao fim todo o processo de passar a bronze uma peça esculpida num qualquer material de qualquer forma ou feitio.
Na nossa oficina de fundição estamos sempre abertos a que o escultor participe activamente durante todo o processo, contribuindo com sugestões para que o resultado final seja sempre do agrado de todos os intervenientes desde o escultor até ao cliente final.
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CONTATO:
Mão de Fogo, Art Fopundry
Montemor-o-Novo, Portugal
Tel: +351 913 311 577
www.maodefogo.com